E mais um 5 de Outubro se passou, desta vez a proporcionar um fim-de-semana prolongado, que calha sempre bem para se ir descansando, ou, então, como foi o meu caso, para ir sofrendo as tradicionais maleitas do início de Outono (que incluem nariz entupido e muita tosse).
De uma emblemática varanda na Capital, ecoaram os discursos do costume, tentando dar alento e um "fashion look" a ideias, propostas e desígnios que até nem precisariam de muito para se manter actuais, porque ainda em dívida.
A "utopia" de alguns, resulta claro, não se encontra hoje cumprida.
E, por aqui, sempre se dirá que da tal varanda, afinal, nada se ouve, nada se entende.
Contudo, o que por aqui me traz à esplanada terá certamente que ver com outras celebrações que não as relativas à Implantação desta República.
Na verdade, é com um sentido de protesto claro que me venho interrogando:
Por que raio todos nós, enquanto Nação, Povo, País, nos esquecemos que também esta data marca uma Ideia muito mais Antiga e Fundamentante? Que realmente definiu a nossa Essência?
De facto, e segundo a communis opinio dos historiadores, também a 5 de Outubro, mas de 1143, El-Rei D. Afonso Henriques (já assim se tinha auto-proclamado em 1140) assinava, com Afonso VII de Castela e Leão, o Tratado de Zamora, o nosso primeiro instrumento de direito internacional público e também o documento tido como fundador da Nacionalidade Portuguesa.
Num leve, mas veemente, desabafo vou dizendo: seria de bom senso e bom gosto que se atribuísse a dignidade e o real destaque que tal acontecimento, ainda que mais vetusto (e, porque não, por isso mesmo, mais valioso) merece.
E quem sabe se ao procurarmos o Caminho que nos foi deixado há mais de oitocentos anos, não encontramos o verdadeiro Rumo que esta nossa jovem Coisa Pública deve tomar?
1 comentário:
Com toda a sinceridade, alguém se lembra de uma "fé" que venho tentando espalhar há muito tempo: a comemoração do nosso Dia da Independência! Que curiosamente (e infelizmente) calha no dia 5 de Outubro. Com 97 anos de República e 767 de Monarquia independente, a nossa memória histórica merecia esse respeito.
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