quinta-feira, junho 26, 2008

Diáspora, Pinheiros e Subúrbios

Ainda numa senda de saudável patriotismo, os últimos cartuchos pelo menos até a Pequim - onde quererei ver a nossa Vanessa Fernandes a sagrar-se campeã olímpica de triatlo e no primeiro lugar do pódio, ao som da "Portuguesa" -, não posso deixar de relatar a conversa que tive aqui há dias com a rapariga que todos os dias me costuma atender no café-cervejaria-quasi-taberna, em frente a minha casa.
Ao principiar, como sempre, pelo estado do tempo - pelo calor que agora, segundo se diz, não se aguenta, pela chuva que já não se suportava e pela mudança das estações que agora torna qualquer barómetro um instrumento estúpido e idiota de tanto andar à roda -, a conversa seguiu para o balanço que se impunha fazer sobre o sucesso da "Feira das Tradições e Actividades Económicas" deste ano e que, lá está, acabou anteontem.
Nesse registo, perguntei, porque pouco preocupado com o palmarés dos espectáculos anunciados(no Sábado, passei pelos Da Weasel sem prestar qualquer atenção e no Domingo falhei o Quim Barreiros, tendo estado na Sexta a jantar tardiamente, sem ver o grande Emanuel), perguntei, dizia, quem eram os artistas abrilhantadores do dia de final apoteótico de tal festa.
E digo apoteótico, porque até a Pirotécnica Oleirense - já campeã mundial em competições de fogos de artifício - tinha sido contratada para um grandioso espectáculo de luz, som e muitos foguetes.
A resposta da moça lá me confirmou a leve impressão com que eu tinha ficado ao passar por alguns dos cartazes espalhados pela Vila - os Irmãos Verdades (ou Verdade? - não sei e também não "googlei") estavam aí para espalhar os seus ritmos de Kizomba, por toda a zona do Pinhal, agora queimado, mas mesmo assim sob apertada vigilância do Corpo dos Bombeiros Voluntários local.
É que não fosse a Pirotécnica Oleirense ficar, vítima de algum infortúnio em forma de cana de foguete incandescente, sem a concessão excepcional por que deve ter lutado, de acordo com as disposições legais, para continuar a fazer o que sempre fez: pôr umas quantas centenas do bom povo de cabeça para o ar, esquecendo-se das agruras de um ano frio, cinzento e pardo.
Mas adiante. A rapariga soube logo tecer grandes elogios a essa dança, sabendo mesmo o nome do tema mais badalado e digno de top, o tal de "Yolanda". De resto, disse-me que tal género de dança não seria para todos os gostos, mas que, de todo o modo, era diferente das nossas.
Para não parecer muito inculto, até porque tenho em quem me é próximo um verdadeiro conhecedor (em crioulo, diz-se "pulo"), comecei a generalizar:
"Sim, de facto, o povo africano, nomeadamente os Cabo-Verdianos são bastante expressivos e bem ritmados. Já me contaram que há discotecas africanas em Lisboa que, em regime diurno, são escolas de danças africanas. Como sabe, há o Funáná, a Kizomba, o Kuduro... Essas coisas, não é? Não que façam muito o meu género". Porque realmente não fazem. Sou um "pé muito pesado" e já me basta detestar danças de salão.
Abanando a cabeça numa cordial concordância, quiçá mesmo um pouco a leste deste meu jeito perifrástico de expor inócuos e diplomáticos pontos de vista, quando não quero "dar muito nas vistas", porque desinteressado ou sem grande afinidade com os temas a tratar, disse-me:
"Sim, sim... E olhe, mesmo o meu marido gosta e dançamos muito. Prontos... É que sabe, ele também cresceu num meio propício a tais coisas, não é?"
"Cresceu em África, certamente, não foi?" - perguntei eu, no mesmo agravo que tal proposição da senhora tinha imprimido ao saber empírico de quem vive a experiência de uma vida e a sente, como deve ser.
Contudo, a resposta não poderia ter sido mais espontânea e mesmo assim insólita:
"Não, não. Ele é da Amadora" - respondeu-me ela.
Com um sorriso amarelo, apenas disse:
"Ah, pois...".
Realmente, por momentos, tinha-me esquecido que até mesmo os Irmãos Verdades gravam nalgum estúdio em Paço de Arcos ou assim.
Contudo, o melhor deste pequeno episódio, longe de qualquer ironia, sarcasmo espúrio, ou até mesmo snobismo, apenas me faz voltar ao título deste "post".
A Diáspora de quem se espalhou pelos quatro cantos do mundo e ao mundo deu outros quatro novos cantos, criou um tesouro cultural que foi e será sempre a nossa maior potencialidade.
A empatia que ainda hoje se vai sentindo, seja na sede de livros, pintura ou, lá está, de ritmos e música, faz com que, até, neste Pinhal Beirão, a Praia Fluvial se transforme nalgum areal, ali à beira do Atlântico e um pouco acima do Equador.
E já dizia o Saudoso Jorge Perestrelo: "Isto é do que o meu Povo gosta!" Seja onde for!
Apenas uma última pergunta: Acaso não seremos mais do que Portugal, Portugália?

sexta-feira, junho 20, 2008

Assim foi...

E assim foi... A Alemanha jogou melhor e ganhou. Mas valeu a pena, como sempre.
De qualquer modo, ser Português é saber sofrer e saber chorar, seja de Alegria ou de Tristeza.
Seremos sempre assim e isso ninguém nos tira.
Viva Portugal! Hoje e Sempre!

sexta-feira, junho 06, 2008

Sede de Vintage

Parafraseando, ainda que toscamente, Pessoa, sempre me aventuro a dizer:

Primeiro, sequiosos, depois, saciados.

E só de ver.

segunda-feira, junho 02, 2008

Menos ais...

Sou um adepto incondicional da Selecção Nacional.
Para mim, não importa que as vitórias que obtemos dentro das quatro linhas venham a substituir outras, mais precisas, que teimam em não aparecer. Ao menos estas, ninguém nos tira!
Para mim, as vitórias da Selecção vão representando aquele orgulho que vimos de perder em tudo o resto.
E mesmo que nos acusem de adormecer enlevados pelo ópio de coisa tão pretensamente espúria e inútil - porque não nos faz, de maneira nenhuma, "andar para a frente" -, eu digo que tal pouco importa.
É que, para todos os efeitos, são essas vitórias, esse percurso que nos habituámos a ver como vitorioso, de há quatro anos a esta parte, o que nos dá algum alento por alguns dias, ainda que breves.
Por outro lado, mesmo na hora das derrotas conhecidas, também soubemos sofrer tragicamente, com dor no peito e poucas palavras, já de si embargadas, num sentimento que é apenas nosso.
De qualquer modo, o mais importante de tudo reside precisamente no facto de talvez poder ser por aqui que comecemos a cumprir Portugal.
Porque o orgulho nunca fez mal e ser-se patriota é uma coisa até muito simples... Basta sentir e viver!

domingo, junho 01, 2008

Será um Blackberry?...


Pois é verdade, sim senhor! Mais importante do que ser um Dark Lord of the Sith, Darth Vader descobriu que caso não dê conta disso mesmo a todos os cibernautas, o Lado Negro da Força pouca importância terá nos dias de hoje, onde os telemóveis se assumem como um meio de comunicação e um verdadeiro vício.
Deste modo, é com muito prazer que anuncio esta minha descoberta: para todos os discípulos das artes do Sabre de Luz e da Força, Lord Vader está no Twitter, propondo-se a dar conta de todas as suas actividades de maior relevo.
A partir daqui, sempre o digo:
"May all of us, turn to the Dark Side of the Force!... Because, it's cool, actually!"