domingo, outubro 28, 2007

N' A Latada à Bolonhesa



E na passada Sexta-feira foi assim! Dois excelentes concertos - David Fonseca e The Gift - deram o mote para uma noite fantástica de boa música, bom gosto e momentos plenos de sentido!

Mais um ano, mais uma Latada; para Caloiros, Doutores e Antigos Estudantes - sim, porque quer se queira quer não a Festa, continua a ser da Academia!

De facto, a noite teve isso tudo, mas pecou por defeito num aspecto, talvez apenas estético, talvez apenas mais querido de quem já não trilha esse Caminho e dele sente nostalgia.

Contudo, não podia deixar de trazer aqui à conversa a constatação que fiz, enquanto assistia aos concertos.

Ao ser uma festa de Estudantes da Academia de Coimbra e estar precisamente habituado a uma certa cor local que sempre marcou a diferença, foi com alguma tristeza que me dei conta de que se contavam pelos dedos aqueles que vestiam Capa e Batina.

E a chamada para o "encore" das bandas? Parece, afinal, que já lá vai o tempo em que, a plenos pulmões, da multidão ecoava um clamor colectivo.
As bandas, ao ouvirem "Briosa" sabiam o que lhes aguardava - mais uma subida ao palco e mais um bom bocado de música.

Desta vez, acredite-se ou não, não ouvi "Briosa" uma única vez. E quando nos atrevemos a fazê-lo, olharam para nós como se fôssemos uma espécie de estrangeiros ou coisa do género.

Bolonha veio para ficar. Bolonha parece marcar uma nova era, onde novos graus de praxe se misturam com um cenário mais adequado aos "Morangos Com Açúcar" e a uma futilidade irresponsável de a quem pouco ou nada foi exigido, reinando a ignorância acerca de uma coisa, agora "antiquada", chamada Tradição.

Enfim, valeu a música nesta Latada à Bolonhesa!

quarta-feira, outubro 24, 2007

Um Ano, um dia na Esplanada

O tempo passa... Ainda que mais devagar nesta Esplanada, onde a intenção, essa, permanece.

O lugar onde o que interessa são as ideias e as conversas;

O lugar que não procura qualquer cânone regulador;

O lugar onde se fala de tudo e onde a arte de criar encontra o seu solo sagrado;

Esse lugar é aqui, junto a uma Catedral - mas que nada quer ter que ver com ela (apenas se procura respirar a sua história);

Esse Lugar fez, por estes dias, um ano. E um ano corresponde aqui a um dia.

Venha o segundo dia! Não há qualquer encerramento para descanso do pessoal.

Um café e uma Perrier, por favor!

quarta-feira, outubro 10, 2007

PORTUCALE

E mais um 5 de Outubro se passou, desta vez a proporcionar um fim-de-semana prolongado, que calha sempre bem para se ir descansando, ou, então, como foi o meu caso, para ir sofrendo as tradicionais maleitas do início de Outono (que incluem nariz entupido e muita tosse).
De uma emblemática varanda na Capital, ecoaram os discursos do costume, tentando dar alento e um "fashion look" a ideias, propostas e desígnios que até nem precisariam de muito para se manter actuais, porque ainda em dívida.
A "utopia" de alguns, resulta claro, não se encontra hoje cumprida.
E, por aqui, sempre se dirá que da tal varanda, afinal, nada se ouve, nada se entende.
Contudo, o que por aqui me traz à esplanada terá certamente que ver com outras celebrações que não as relativas à Implantação desta República.

Na verdade, é com um sentido de protesto claro que me venho interrogando:

Por que raio todos nós, enquanto Nação, Povo, País, nos esquecemos que também esta data marca uma Ideia muito mais Antiga e Fundamentante? Que realmente definiu a nossa Essência?

De facto, e segundo a communis opinio dos historiadores, também a 5 de Outubro, mas de 1143, El-Rei D. Afonso Henriques (já assim se tinha auto-proclamado em 1140) assinava, com Afonso VII de Castela e Leão, o Tratado de Zamora, o nosso primeiro instrumento de direito internacional público e também o documento tido como fundador da Nacionalidade Portuguesa.
Num leve, mas veemente, desabafo vou dizendo: seria de bom senso e bom gosto que se atribuísse a dignidade e o real destaque que tal acontecimento, ainda que mais vetusto (e, porque não, por isso mesmo, mais valioso) merece.
E quem sabe se ao procurarmos o Caminho que nos foi deixado há mais de oitocentos anos, não encontramos o verdadeiro Rumo que esta nossa jovem Coisa Pública deve tomar?

quinta-feira, outubro 04, 2007

Free Burma!