quarta-feira, janeiro 31, 2007

Anabela e o seu casaquinho de malha



À mesa da esplanada, sentou-se Anabela... Tinha chegado há pouco do serviço - era secretária de administração do senhor Manuel, empresário, anafado e cardíaco - e costumava fazer aquele caminho todos os dias, parando para beber um néctar de pêra, num escrupuloso recato submisso e transbordante de uma castidade e virtude tão profundas que chegavam a deixar dúvidas quanto à sua genuidade.

Mas Anabela era assim... Pouco faladora e comedida nas suas aparências, prestando culto a uma timidez que roçava um ressabio bacoco e uma inusitada antipatia.

Quem a não conhecesse bem poderia dizer: "Ora aqui está um belo exemplar de 'bicho-do-mato'!". O que também em parte corresponderia à verdade.

De facto, Anabela vivia nos arredores da cidade, à beira da A1, num lugar pacato, com igreja, adro e cafés domingueiros, onde a "malta jovem" se gostava de reunir com os mais velhos, a fim de discutir bola, carros e velocidade, acompanhados por "finos" e "imperiais" bem frescas ou, então, qual testemunho de uma idade mais séria, generosas "selhas" de tinto da adega do senhor Martins - industrial hoteleiro, proprietário do snack-bar "Belami".

Anabela viveu em casa dos seus pais até aos dezanove anos.
O seu lar paterno era uma bela moradia, construída pelo senhor Lopes e a dona Amélia, com os proventos desses árduos e difíceis tempos passados na Suíça, a trabalhar como vigilante nocturno numa central de camionagem e a servir às mesas de um restaurante português, à beira da estrada para Neuchatelle, respectivamente.
A obra arquitectónica era uma "maison-tipo-chalé", pintada de branco, com portas lacadas no mesmo tom, janelas de um bom alumínio - com vidro duplo - e - "la pièce de resistance"- uma escadaria lateral exterior, revestida a azulejos verdes - os mesmos do quarto de banho do primeiro andar, que tinha "poliban" com banheira acoplada -, dando acesso directo à cozinha IKEA, recentemente remodelada para este estilo, naquele mesmo piso.

Anabela era uma pessoa sensível e de uma discreta beleza.

Cabelo loiro escorrido - e pintado pela sua vizinha e prima cabeleireira Soraia (tinha conseguido formar-se nesta fina arte, mercê da frequência de um curso do Centro de Emprego, patrocinado pelo Fundo Social Europeu), altura mediana, olhos castanhos e faces redondas.
Os seus seios algo desmesurados e proporcionais a umas ancas que a celulite ia generosamente deslaçando, faziam as delícias do seu patrão e alimentavam algumas das suas mais sórdidas fantasias, assentando-lhes que nem uma luva o conhecido slogan do Chivas Scotch: "ou se tem ou não se tem".

No que toca ao seu estilo: algo entre o já aludido recato e uma discreta sofisticação.

Anabela gostava de alternar o seu guarda-roupa entre o preto, o rosa-pálido e o verde escuro, nunca abrindo mão das suas calças de ganga de cintura descaída, que entravam com esforço.

No seu quotidiano, de mulher emancipada - porque titular de carta de condução (equivalente a qualquer curso superior, mestrado, pós-graduação ou, até mesmo doutoramento) e com um descomunal traseiro que se abanava todo ao sair do seu Clio metalizado -, gostava de usar decotes, que mercê do que já acima foi dito, sempre alimentavam uma utópica promoção, sugerindo a possibilidade de alguma contribuição em géneros à sua entidade patronal, no sentido de apressar o que tardava.
Camisola de gola alta preta, calças de sarja a combinar e um blusão de cabedal, para as suas raras noites de loucura total, em que saía para a cidade com as suas "colegas", no intuito de dançarem as músicas de discoteca, acompanhadas por um fogoso "Carolans".
As botas subiam até aos joelhos cobertos - "boas e baratas", adquiridas nos saldos do "Calçado Guimarães", ali ao Taveiro, no Retail Park.
A insistência neste traje festivo, levantava os maiores reparos sussurados da vizinhança.
O preto era apenas usado convenientemente pelas vetustas e pias matronas de plúrimas verrugas labiais e nasais, numa atitude resignada de eterna dor pelos seus maridos já idos, esquecendo todas as noites de pancadaria por que passaram, de cada vez que eles chegavam a casa vindos tardiamente da taberna.
Enfim... O conjunto era completado pelo fio de prata, mesmo por fora da tal gola alta - um belo e carinhoso presente da sua madrinha, a dona Lurdes, aquando da sua Comunhão Solene. Nunca o tirava.

Contudo, havia uma peça do seu vestuário que era uma constante e uma verdadeira imagem de marca: O CASAQUINHO DE MALHA.
Anabela tinha uma predilecção pela simplicidade, cujo expoente máximo era atingido no uso de três banais casacos de malha fina, a substituir quaiquer pólos ou algo de mais sofisticado - porque de sofisticado já vimos que quase ultrapassava os seus limites, quando envergava o seu traje de noite.
O primeiro, em preto e com pequenos botões brancos de madre-pérola, usava-o muitas vezes, no trabalho, para cobrir os já aludidos decotes, nessa inocente tentativa de impingir aos outros, que com ela se cruzavam, uma ideia de verdadeira pudica.
Um segundo, em tons de verde alface, para andar por casa, passando longas tardes de Sábado com a sua sobrinha a ver compactos seguidos da série "Floribela", com a sua sobrinha Carla Sandra.
A propósito: sempre devemos referir que não era assim tão raro deixar cair uma ou duas lágrimas de verdadeira e gostosa emoção, sempre que aparecia em cena a protagonista desta telenovela para a "malta jovem", uma vez que sentia identificar-se com a personagem.

De facto, é precisamente esta característica de Anabela que nos leva ao terceiro Casaquinho de Malha.
Tal como no Senhor dos Anéis há o Anel Um, também Anabela nutria um especial afecto por este exemplar do seu figurino.
O terceiro casaco de malha era em tons rosa e representava um marco importante na vida da nossa rapariga da mesa ao lado.
Anabela tinha dezoito anos. A noite era de Verão e de romaria em honra de Nossa Senhora das Dores e Queixumes. Tinha ido à festa com os seus pais, membros da comissão organizadora desse ano, vulgo "festeiros".
Naquele ar morno, típico de princípios de Julho, Anabela conversava com as suas amigas, numa roda fechada, quando aparece Tó Zé.
Desde pequenos que se conheciam, visto serem vizinhos. As suas famílias mantinham sólidas relações que passavam por largas sardinhadas e visionamento de jogos de futebol pela Sport TV recentemente assinada.
Desde há alguns anos para cá que Tó Zé vinha dando sinais de corte e alguns avanços a Anabela, que sempre se manteve reservada, pois sabia que ainda não tinha idade nem permissão para namorar. Por outro lado, confiava nas palavras da sua irmã mais velha, Diana (em homenagem à Lady D): "Lembra-te, Bela: os homens são todos uns porcos!".
Diana era mãe solteira e estava empregada numa empresa de serviços de limpeza em Lisboa, proscrita pelos próprios pais, que viam, tanto na sua conduta bem disposta, divertida e ambiciosa (gostaria de ter cursado Letras, para ser professora), como no jeito de expressar uma sensualidade natural, a razão pela qual tinha sido violada, nas traseiras da Escola Secundária. Ela era a única culpada, porque "punha os rapazes atiçados", nas palavras da sua chorosa Mãe.
Contudo, aquela noite de romaria parecia convidar Anabela a abandonar-se à loucura e aceitar o convite de Tó Zé para dançar.
Os "Inovação 6" - excelente grupo de baile, formado por virtuosos do órgão e da guitarra eléctrica, versado em covers dos grandes êxitos da música romântica e do "roque an rôle" - tinham começado a tocar um "slow".
Tó Zé encaminhou Anabela para a pista de dança, improvisada em tábuas, ali no Adro da Igreja e junto à Quermesse - onde se encontrava a sua mãe e mais algumas senhoras respeitadas e devotas.
Anabela lá ia, num andar compassado, de cabeça baixa, com as faces coradas e de braços muito bem cruzadinhos. A sua submissão encontrava nesta postura corporal o mais puro e cristalino reflexo. Aquela seria a noite em que tudo se decidiria.
A música em Inglês (Anabela preferia o Francês, porque sempre dava para perceber as "privates" das suas primas da França) convidava a uma maior proximidade e Tó Zé apertou-a contra a sua barriga descomunal - tal como o resto dele: alto, gordo, cabelo loiriço desalinhado e maltratado; um ar de labrego tal que encontrava o seu maior encanto no facto de ser uma verdadeira "besta" - com cara de mocho -, "muito querida" por todos quantos temiam o seu afectado e pedante mau génio volátil e patológico.
Dançaram o tema e, no final, selaram o seu futuro com um beijo salivante.
O futuro e o casamento, onde o creme de legumes seria a sopa chique, naquele salão de festas de uma empresa de banquetes, ali da Mealhada.
Tó Zé tinha uma casa já feita (moderna, segundo ele, na linha de traça já a seu tempo descrita, mais acima) e emprego certo;
Era agente comercial (um rapaz das entregas, com carro de serviço - o que lhe dava um certo estatuto) da empresa onde arranjou trabalho a Anabela, depois do casamento.
Viviam felizes e sossegados, desde então. Ainda não tinham filhos; queriam esperar.
As noites em que se dispunham a fazer "O Amor" eram vividas numa envergonhada escuridão de urros e grunhos másculos, onde Anabela não tinha qualquer palavra a dizer e onde muitas vezes sentia falta da sua mão, dos seus delicados dedos, que, de todo a todo, eram rotundamente proibidos.
Tó Zé, irritava-se com tal libertinagem: "Aiiii! Vamos lá a ver!... Que é que estás a fazer? Bem..."
Anabela não se queixava e estava contente.
Desde aquela romaria até às mais recentes, insiste em levar sempre o seu Casaquinho de Malha cor-de-rosa, repetindo o mesmo ritual, a mesma postura - até porque, no final de contas, encontra-se acompanhada pelo seu marido, implicando uma atitude de saudável respeito, a fim de evitar olhares indiscretos e certamente cenas da mais sangrenta violência passional, conduzidas pelo sólido e preciso punho calejado do Tó Zé.
De resto, o estilo de Anabela é elogiado pelas amigas, sempre que a encontram ou com ela saem, aquando dos seus eventos sociais: "Fogo! Anabela, tu tens coisas muita lindas! Cinco estrelas!"
Acabado o sumítico néctar de pêra, eterno substituto de um tal de café expresso que tinha sempre em mente tomar mas que nunca pedia (é mesmo só um pretexto para, nas mais diversas ocasiões, romper com a clausura e a rotina), Anabela levantou-se e encaminhou-se para o estacionamento, toda lampeira.
De volta a casa, depois de mais um dia de Sucesso - o seu Casaquinho de Malha Rosa tinha sido, na verdade, o sapato de cristal desta nossa Cinderella (sim porque afinal "ainda há Cinderellas")!

sábado, janeiro 27, 2007

Para quando o segundo volume?

Tardou, mas chegou!

Esta coisa de comentar o direito público tem muito que se lhe diga.

De facto, rezam as crónicas que já um egrégio Mestre Civilista da nossa Casa terá aceite um desafio que, à altura, parecia ser bastante promissor: comentar, numa sábia e avisada cadência, o então recém-nascido acquis do Direito Administrativo pátrio.

A obra lá ia ganhando forma na Revista de Legislação e Jurisprudência... Ao mesmo ritmo com que as tais leis objecto de doutos comentários iam sendo revogadas, republicadas e reformadas.

O nosso Mestre não teria mãos a medir para tanta inconstância. O trabalho começava a sofrer atrasos, desactualizações, tornando-se no mais espúrio exercício de retórica.

Pois bem, um dia, fartou-se.

No seu último artigo sobre a hercúlea tarefa, terá escrito: quando as reformas legislativas cessarem na sua verborreia e no seu furor, eu retomarei o trabalho.

Nunca o fez.

Pois é... O direito público e a sua maleabilidade para as novas ideias, tributárias de uma alternância político-partidária que traz à evidência díspares concepções do Estado e das Instituições, que se perderão mais nos pormenores do que nos verdadeiros direitos e interesses que pretendem consagrar e concretizar.

Enfim... Os pais do nosso Direito Constitucional contemporâneo certamente que de outra arte e engenho se socorreram, procurando uma salutar constância doutrinal, a par das últimas quatro revisões a que a Lei Fundamental foi sujeita.

Para uma leitura de consulta. Um must jurídico, sem dúvida.

sábado, janeiro 20, 2007

Dr. House - A verdadeira história


Por impulso de bravos e já fraternos amigos, fui instado a revelar esta pequena e dramática estória da vida de um homem que um dia jurou honrar Hipócrates.

O médico que vai fazendo as delícias dos seus fãs, nas noites de quinta-feira, na TVI, trocou, nos seus tempos de vida universitária, a John Hopkins Medical School, pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.

Aos dezassete anos, fez-se embarcadiço num arrastão de pesca da Nova Inglaterra - um tal de Andrea Gail (mais tarde naufragado, em jeito de história trágica) - tendo aportado nos Açores nos idos de 1969.

Segundo as crónicas e as plaquetes do seu carro de quarto-anista - carro nº 19 "Sem Remédio", com muita cerveja pilsen -, o emérito Dr. House terá decidido rumar a terras lusitanas para cursar o que ele defendia ser a "Verdadeira Medicina".

Muito antes de Bolonha, a FMUC seria, para este clínico, o verdadeiro Liceu Aristotélico, onde, com método, ordem e muito estudo, se formavam os melhores médicos, os verdadeiros profissionais, peritos nos puzzles médicos e na concretização dos melhores diagnósticos - tudo aspectos onde ele próprio é hoje um mestre.

O seu percurso universitário encontra-se repleto daquelas peripécias que apenas nesta cidade dos estudantes podem ser vividas.

Desde as recitativas missas nocturnas, nas escadas da Sé Velha, tendo por fiel companheira uma bela garrafa d'água "Fastio" ou "Caramulo" de litro e meio cheia do gostoso "traçado" do Pratas, até às serenatas cantadas por esconças ruas dos Olivais - dedicadas a rosáceas e trigueiras tricanas, por quem o seu coração de breve marinheiro ia batendo - Dr. House, na altura conhecido pelos seus pares como o Zé Pesca (em virtude de, por um lado, estar sempre a falar da sua curta experiência, junto do mestre Clooney, nas artes da apanha da sardinha do Atlântico Norte, e de, por outro, querer sempre responder a todas as perguntas formuladas pelos seus professores), Dr. House, dizíamos, teve uma vida de boémia preenchida.

Comensal na República dos Kágados e residente num quarto junto ao Quebra-Costas, House gostava também daqueles pequenos prazeres que passam por ouvir uma boa Canção de Coimbra no silêncio de uma noite de exames de Anatomia I e II.

Na verdade, terá sido em virtude dessa mesma vida nocturna descontraída e levada em jeito brioso, fiel aos mais rigoros valores da Praxe Académica, que ele foi vítima do acidente causador do seu handicap mais característico.

Ora, rezam as crónicas que, em noites vespertinas à Queima das Fitas onde se tornaria estudante finalista e cartolado, House acedeu ao convite de alguns veteranos para ingressar na maior troupe do ano que, nessa altura, se iria formar, espalhando o terror por alguns incautos caloiros que esperavam ter o pior da sua triste - mas também garbosa -, existência atingido o seu termo.

À meia-noite, junto à Porta Férrea da Faculdade de Direito, lá estava ele, um dos primeiros a chegar, com aquele brilho nos olhos, próprio de alguém que vivia com entusiasmo todos estes pedaços de uma existência que sempre ficaria na sua memória como um tempo fora do tempo.

Passados cinco minutos, mercê do seu espírito solícito e cheio de ideias que, segundo ele próprio defendia, "tinham imensa piada" (coisas como formar trupe e sair dali a pé-coxinho), foi mandado calar pelo chefe de troupe.

"Oh Zé Pesca, isto é para ser feito com alguma sobriedade, pá!" - atirou-lhe o bom do Tomásio, veterano de dez matrículas como escolar de leis.

Troupe formada, House eufórico procurava, cantalorando baixinho temas da sua terra natal, tais como aquela muito gira do "Old MacDonald had a Farm", entrar naquele espírito que tanto o fascinava e de que tanto queria fazer parte: sim, ele queria fazer parte do grupo!

Enfim...

Começaram por descer, em passo veloz, a rua fronteira ao Museu Machado de Castro, gritando os típicos impropérios na passagem junto à República dos Corsários.

De súbito, avistaram um rapaz espigadote, junto da tasca do Augusto, que o Tó Luís identificou como sendo caloiro do seu curso - Estudos Portugueses e Clássicos, ou coisa do género (Letras, para todos os efeitos...).

O olhar de pânico do petiz foi confirmado pelo pigarreio de angústia. Seria, pois, naquela noite que, coitado dele, ia perder aquele seu frondoso e longo cabelo que fazia os encantos de todas as moças de sua aldeia, quando o viam actuar no grupo de baile de que era organista?

Ao ter desatado a correr, a troupe de House lançou-se na feroz perseguição. House apenas queria que o chefe decretasse um Ad Libitum, sem apelo nem agravo!

O som das solas dos negros sapatos fazia-se ouvir no empedrado da calçada da descedente Padre António Vieira.

A correria era alucinante! Alguns elementos iam escorregando, levantando-se logo de seguida, sem vacilar.

House empunhava, orgulhoso, a tesoura que lhe tinha sido passada pelo Gomes que já começava a não aguentar o ritmo.

"Estou quase a apanhar-te, caloiro! Estou quase...!" - ia gritando, abafado pela capa negra que lhe cobria o rosto.

Nisto, Maria Rita, estudante de enfermagem, um pouco stressada e já bem disposta, por ocasião da festa de aquecimento para as noites do parque, que estava a dar no seu t1, arrendado a uma bonifácea senhora funcionária dos correios já aposentada (e que a tinha na conta de "menina", conforme ao anúncio afixado nas cantinas), Maria Rita, dizíamos, numa gritaria quasi-orgásmica, é acometida de um sentimento envagelizante.

Isto porquê?

Decide despejar a sua vodka de melão à rua, nessa tentativa filantrópica de baptizar todos esses trovadores que por ali, julgava ela, iam passando para a ver.

O piso tornou-se molhado. Pouco molhado, mas ainda assim...

O caloiro, ofegante, só pensava em chegar à benemérita protecção do seu enfeminado padrinho que se encontrava na Secção de Badmington da Associação Académica, ali mesmo ao virar.

House continuava a sua correria, sem qualquer cuidado. Escorrega na ora pia baptismal de Maria - uma poia de canixe, empapada pela vodka.

Nisto, há algo que lhe sai debaixo dos pés... Sente-se a cair! O caloiro a escapulir-se, a tesoura a bater-lhe na testa.

Acto contínuo, todos os seus companheiros se abeiram dele. O estado do nosso doutor não é famoso. As dores no joelho são lacinantes.

Tinha deslocado e esmagado uma rótula.

Maria Rita ri-se como uma perdida.

Ninguém diz nada até que chega Tomásio.

"ZÉ, TU PÁ... SÓ ESTÁS BEM É EM CASA!!! IN' DA' HOUSE, TÁS A OUVIR?

É o que faz trazer gajos das medicinas, pá!!!"

A troupe foi desmantelada ali mesmo.

House foi encaminhado aos Huc, onde terá sido operado nessa mesma noite.

Na noite da Serenata, já Zé Pesca era conhecido por House, sem uma rótula e com uma canadiana.

Um caramujo, que não sairia senão à porta, para escutar a música que tanto amava.

House formou-se nesse ano e rumou a terras do Tio Sam. Côxo, mas Feliz. Em Coimbra tinha vivido!

Advertência: O Dr. House não está protocolado com nenhum dos sub-sistemas sociais do Serviço Nacional de Saúde português (ADSE, Caixas de Previdência ou Serviços Sociais do Ministério da Justiça)

sábado, janeiro 06, 2007

Um breve tributo ao Bom Gosto... e à Sabedoria


O Jaeger LeCoutre Reversi, marcando preciosos e sedutores compassos de tempo, o gosto pela arte, pelo belo, pela velocidade e pela aventura...

O puro prazer em poder desfrutar de obras-primas, ilicitamente tomadas como suas, na solidão de um estúdio soberbamente mobilado...

Um estilo de vida invejável!

E tudo isso, soube deixar para trás para provar e viver um sentimento antigo...

A única Demanda que valerá a pena, por certo!

Um DVD que merece sair da prateleira, sem dúvida!

segunda-feira, janeiro 01, 2007

Anno Domini 2007


Porque o Amor é intemporal...
E assim que o encontramos na sua forma mais pura, queremos vivê-lo para sempre!!!
Feliz Ano Novo!!!