Para mim, não importa que as vitórias que obtemos dentro das quatro linhas venham a substituir outras, mais precisas, que teimam em não aparecer. Ao menos estas, ninguém nos tira!
Para mim, as vitórias da Selecção vão representando aquele orgulho que vimos de perder em tudo o resto.
E mesmo que nos acusem de adormecer enlevados pelo ópio de coisa tão pretensamente espúria e inútil - porque não nos faz, de maneira nenhuma, "andar para a frente" -, eu digo que tal pouco importa.
É que, para todos os efeitos, são essas vitórias, esse percurso que nos habituámos a ver como vitorioso, de há quatro anos a esta parte, o que nos dá algum alento por alguns dias, ainda que breves.
Por outro lado, mesmo na hora das derrotas conhecidas, também soubemos sofrer tragicamente, com dor no peito e poucas palavras, já de si embargadas, num sentimento que é apenas nosso.
De qualquer modo, o mais importante de tudo reside precisamente no facto de talvez poder ser por aqui que comecemos a cumprir Portugal.
Porque o orgulho nunca fez mal e ser-se patriota é uma coisa até muito simples... Basta sentir e viver!
4 comentários:
É só bola... Ainda se fosse alguma coisa de importante!
Mas, hoje em dia, o importante só consegue ser a Bola. Porque realmente traz auto-estima, porque realmente põe as pessoas bem-dispostas. E em cada grito de golo, consegues ver uma vontade que anda escondida, nos empréstimos para pagar, na gasolina que se tem de atestar... Em tudo isso. E depois também só dura alguns dias. Desta vez, nem sei muito bem quantos e o melhor mesmo é contar com que os tais "Viriatos" (nome infeliz que escolheram para tamanhas desventuras...) estejam cá, daqui a quinze dias. De todo o modo, estarei sempre com eles. E para sofrer estupidamente, também.
Só consegue ser a bola porque pensar é algo que custa.
O tuga prefere discutir bola a reflectir sobre política e sobre a sociedade. Acerca do jogo podem ter as mais variadas opiniões, mas no que toca ao que se passa à volta dizem apenas «o que eles querem é poleiro, prontos.»
A questão não é o facto de pensar ser algo que custa.
É "pensar Portugal" que só encontra - e bem, dado o estado de tudo o resto - na Selecção, o seu verdadeiro sentido; tudo tendo em vista, a partir daí, construir o que está em falta. É, no fundo e acima de tudo, um boost de auto-estima.
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