segunda-feira, julho 23, 2007

Termas II




E de S. Pedro do Sul, podemos sempre partir rumo à Curia, uma pacata vilória aqui da zona de Coimbra, de que eu sempre ouvi falar na minha infância como destino para o tal turismo sénior, retemperador das maleitas já aludidas no post anterior.
Contudo, este é um sector do turismo tuga que realmente está a mudar.

Resta saber se para melhor. Senão vejamos:

Se em S. Pedro do Sul, o que estava a dar era o D. Afonso Henriques trocar a sua armadura por uma bela toalha (relembrando todas as implicações inconvenientes que daí podem advir, devido a associações de ideias inevitáveis) e tratar as maleitas das batalhas, com o afamado banho de Vichy, o Spa - que é agora o nome moderno dado a estes locais pelas pessoas bem e de sucesso (mas também com um toque de novo riquismo bacoco) -, sito na Curia, propõe um tratamento de lodos e algas para a pele.
Por sessenta euros (doze contos de reis, caramba!), o termalista (palavra tão gira como campista) - ou agora será "spalista"??? - vê-se coberto por várias camadas do bom lodo viscoso que costumamos pisar no fundo das ribeiras e dos rios (coisa boa!), na promessa de uma pele que, em vez de suor, transpirará saúde, beleza e graça... E ainda tem direito a uma massagem de relaxamento!

E pronto... C'est trés chic! Ou não...

É que eu gostava de saber onde é que ficou aquele hábito muito mais saudável de ir para o buvete e estar ali a beber aguinha e pensar na vida. Para quê inventar tanto??? Para quê tanto elitismo apropriador?

Definitivamente, continuo a achar esta onda fashion muito abichanada!

4 comentários:

Anónimo disse...

Olha que não sei. Até que é capaz de não ser mau passar uns poucos dias numa piscina de água quente e, depois, a ser maltratado numa mesa de massagens.

De qualquer maneira, o spa sempre me parece menos assustador que um buvete com aqueles copos estranhos.

Anónimo disse...

O Buvete, na sua austeridade tinha qualquer coisa de clássico ao estilo de Pacto de Varsóvia.

Anónimo disse...

Uma fonte dessas ficava bem no átrio da Faculdade de Medicina, ao pé da secção de texto.

Anónimo disse...

Lá está! Tem tudo a ver com a austeridade arquitectónica de um certo modelo de Estado. ;)

De facto, o eco da água a cair naquele átrio, acrescentaria o seu je ne sais quois ao cheiro a éter que levemente paira no ar e de que nos damos ligeiramente conta quando ali entramos.

Aquilo parece um hospital wannabe.