sexta-feira, março 23, 2007

Duran Duran?...

Há pouco, em serão televisivo, a propósito da anabeliana comédia romântica que está a estrear nas nossas salas de cinema - o "Music and Lyrics", com o Hugh Grant e a incompreendida Drew Barrymore (a menina que aparentemente ficou mesmo traumatizadinha para o resto da vida, em virtude de um tal de "ET" que se instalou em sua casa e que tinha um duvidoso e luzidio dedo indicador, mais próprio para um toque rectal do que para ter piada) - ouvi um comentário engraçado: o revivalismo dos anos oitenta está aí!

Bem, estes eram os nossos anos oitenta... Ou, pelos menos, os mais Pop - como os Ban gostavam de cantar!

Por certo, a fazer lembrar "Rio" dos Duran Duran, mas muito, muito, muito mais nosso! Upa, upa!

Muito antes do Dan Brown, já este grupo era um verdadeiro código! Mas não de bom gosto...

quinta-feira, março 15, 2007

Uma Perrier, por favor!





Em Nova Iorque há um restaurante, onde, além da carta de vinhos, existe uma carta de águas.

De há uns anos para cá que me venho interessando por esta marca.

Em Roland Garros, a Perrier é a patrocinadora oficial do torneio;

Para Hemingway, é a sparkle que se mistura com Hague.

Quanto a mim, gosto dela simples, bem fresca, embora com um excelente James Martins de Vinte Anos - em copo de fino vidro raso e duas pedras de gelo, à sombra de um abrasador e estival sol alentejano -,também seja excelente.

Na esplanada, alguém pede: "Uma Perrier, por favor!"

quinta-feira, março 01, 2007

O Conde Olavo - parte I (continuação)



E dos mesmos autores em Story Squared. A trama continua:


«O conde tossiu ruidosamente, prenunciando aquela ligeira comichão na ponta do nariz a pingar, indiciadora de um iminente ataque de espirros. O cheiro a clorofila daquela estufa quase morta, empoeirada e cheia de fungos a isso convidava naturalmente.
"A Senhora desce já, senhor Conde", disse a empregada ao entrar na estufa vinda da lúgubre sala de jantar, pintada em tons de verde escudo e com móveis de estilo "Renascença", já carcomidos por séculos de pesarosas heranças familiares.

O Conde acenou sombriamente, lançando o seu gélido olhar para Benedita que começou a sentir estranhos arrepios. Este sujeito provocava-lhe um sentimento de medo tal que muitos dos seus frequentes pesadelos o tinham como personagem predominante e principal.

Ao sacar do seu argênteo relógio de bolso, prenda do seu severo pai aquando do seu exame final da instrução primária, o Conde começou a calcular mentalmente o tempo do percurso das suas duas amigas que tinham ficado de vir ter a casa da senhora Felisbina. Muito do seu sucesso nesta nova empresa dependia das prodigiosas capacidades dramáticas dessas duas senhoras tão pias e tão castas.

Deviam estar para chegar... Hoje era um excelente dia, ainda que persistindo o incomodativo eco do relógio de cuco, causador de uma noite insone. Hoje era um excelente dia, pois era o início de uma nova conquista e isso, para o Conde Olavo, tinha sido sempre motivo de grande entusiasmo. A campainha voltou a tocar. "São elas" - pensou, sentindo um doce conforto no peito.»