segunda-feira, novembro 26, 2007

Olhó Foguetão!


E se nesta esplanada à beira da Catedral a nostalgia assume um mote para várias reflexões - sendo a palavra "revivalismo" uma das mais frequentemente escritas -, é altura para, em jeito de levíssima crítica musical, deixar aqui nota da melhor "cover" que alguma vez ouvi de uma música que nos "eites" fez o seu sucesso - apoiada por uma legião de fãs, que viam, na extravagância do artista, um sinal de modernismo e excentricidade snob, um ícone da melhor "pop art".
"Dreams in Colour" de David Fonseca é o disco, e o clássico "Rocket Man" de Sir Elton John, uma das suas faixas.
Com arranjos excelentes e a transpirar uma atitude muito mais descontraída do que o original, este é um tema que apetece ouvir várias vezes seguidas.
Aqui fica a sugestão.

terça-feira, novembro 20, 2007

Star Trek Enterprise - Um post, uma review geek



Respondendo ao desafio da Mariana, cumpre, pois, neste momento fazer a minha própria review acerca de mais esta série baseada e inspirada na visão de Gene Rodenberry - para mim, o Autor de ficção científica mais completo de todos (e atenção, eu cresci a ver a Galactica!).
Ao pegar no enredo que ficou em aberto no final de "Star Trek - First Contact", esta série procura relatar como foram aqueles primeiros tempos de verdadeira exploração espacial - as únicas fronteiras (para além do espaço - a última fronteira), a barreira da velocidade Warp 5 e um certo atraso científico com implicações na táctica de combate e na eventual força de persuasão, a que estamos habituados, mercê da mais finíssima tradição da Star Fleet.
De facto, e entrando na substância do desafio, uma das coisas que me faz mais "espécie" nesta série é o facto deste modelo de nave não ter escudos deflectores. Ao invés de tais escudos, o que parece haver - e já é bem bom - é o mecanismo de polarização da armadura do casco.
Por outro lado, não consigo entender como é que a tecnologia das armas de "phaser" está ainda tão pouco desenvolvida ao ponto de apenas existirem apenas dois canhões subdimensionados relativamente ao tamanho do disco da nave, para fazer face a situações de combate em que o nível de proximidade e as exigências de reacção podem ser elevados.
Na verdade, tenho para mim que tal opção conceptual não beneficiou em nada uma certa visão acerca do avanço científico a que supostamente se teria chegado no final do séc.XXII, em muito devido à cooperação dos Vulcanos.
Mas, olhando para aspectos mais mundanos da série, há coisas a que achei piada:
1. A tripulação está sempre a comer!
Quem vir os episódios da primeira época todos seguidos, não poderá deixar de constatar que há sempre várias cenas passadas na messe dos oficiais e na sala de jantar privada do comandante, relatando lautas refeições que não são nem confeccionadas por algum bonacheirão Neelix (Star Trek Voyager), nem fornecidas pelos replicadores (este outro pormenor a que também me custa habituar - a inexistência daquelas maravilhosas consolas, às quais basta apenas pedir o que se quer beber ou comer).
2. Gosto dos quadros que estão na sala de prontidão do Comandante Archer.
3. A nave tem qualquer coisa de "vintage" em tudo quanto é estrutura, equipamento, sem prejuízo dos reparos mais técnicos que acima fiz.
4. A Primeira Directiva é ainda algo em fase de idealização, o que torna muito mais densas todas as considerações morais e políticas, que, de certo modo, se encontram presentes em todos os enredos de Star Trek.
5. O relato dos primeiros contactos com civilizações como os Klingons e os Ferengi e outras tantas - umas que virão a fazer parte da Federação, outras que lhe oferecerão sempre luta.
No que toca ao genérico, a banda sonora é demasiado neo-romântica para o meu gosto, preferindo muito mais o tema sinfónico presente no "Star Trek Voyager" ou mesmo em "Deep Space Nine".
Contudo, a partir do momento em que escolhem o Scott Bakula para o papel de Jonathan Archer, tal escolha musical torna-se, de certo modo, compreensível... A impulsividade inusitada bem como um certo dramatismo teatral e ingénuo não se compaginam de modo nenhum com as minhas preferências.
Na verdade, para quem cresceu a ver personagens firmes e decididas como Jean-Luc Picard, William Riker e Kathryn Janeway, apenas pode ficar com uma impressão: o comandante Jonathan Archer fica muito aquém de qualquer um deles!
De qualquer modo e para finalizar, penso que o "Star Trek Enterprise" é uma série que, na onda de revivalismo que por aí anda na moda, apresenta uma proposta coerente no preenchimento de tudo quanto ficou por contar após o legado de Zeffrin Cochrane.
Entre a realidade e a utopia, este é um "post" verdadeiramente geek. Só para conhecedores!

terça-feira, novembro 13, 2007

Desculpe, tem um euro... ou cinquenta cêntimos?

O que hoje trago à conversa é mais um item da minha lista de pequenos ódios urbanos que de há uns anos para cá venho alimentando: detesto que me peçam trocos!!!
E se repararmos é algo que acontece constantemente, seja em quiosques, tabacarias, supermercados, barbeiros, frutarias, mercados de peixe e verduras, padarias e outros estabelecimentos comerciais do género.
Na verdade, tenho para mim como certo que o facilitismo inerente a esta alta ciência matemática merceeira é um verdadeiro instituto Luso. De facto, a memória que guardo das minhas ainda parcas deambulações pelo Velho Continente e pelo Mundo dá-me conta de que nunca fui confrontado com tais solitações.

Seja para comprar um jornal, bilhetes de autocarro, pão, coisas de supermercado, seja para pagar um café ou uma água, o resultado vai sendo recorrente: estendo uma nota de cinco, dez euros, para uma conta que envolverá sempre um cálculo mais complexo e tenho o funcionário que me atende a perguntar à socapa, mas com um ar muito consternado, se "por acaso não (tenho) um euro ou mesmo cinquenta cêntimos... ou cinco!".
Resultado: sou obrigado a abrir de novo a carteira para satisfazer tal desejo de facilitar os trocos. Tudo porque sempre "dão muito jeito"! De indivíduo com dinheiro - que apresentei para pagar o que devo -, passo de novo a uma situação de devedor de que eventualmente poderá não haver saída. Sim, porque se houver coragem o sujeito(a) que estiver a atender insistirá na sua carestia de moedas.

E quando se chega a uma solução de consenso, os resultados ainda são mais caricatos: já me aconteceu por diversas vezes, ver o dinheiro que tenho a haver substituído por pastilhas elásticas que nunca pedi, que nunca quis mastigar, nem deitar fora, nem nada, mas que perfazem, de algum modo, a quantia em dívida!

Até poderia aceitar a falta de trocos como um problema crónico do nosso comércio, mas logo que a caixa registadora é aberta, a mais das vezes, tal mito - também usado como argumento - desfaz-se por completo.
Nunca eu tive tantos trocos no meu mealheiro como têm aquelas caixas, ali fartas que nem porcos de loiça com ranhura!
Enfim, a lógica medieval ainda vai valendo nestes nossos burgos. A bolsa só é "gorda" se estiver carregada de dobrões!!!

De uma coisa, no entanto, pode haver certezas: nunca nesta esplanada se ouvirá: "Desculpe, por acaso não tem um euro... ou cinquenta cêntimos?"



Nota: Este post serve também como um desafio lançado a Ricardo José.